A professora Itana Torres ministrou uma palestra de sensibilização sobre Segurança Psicológica, na primeira edição de 2024 do Conselho Consultivo de Diversidade, Equidade e Inclusão, na sede do Banco do Brasil, em Brasília.
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Desde 2012 a Organização das Nações
Unidas (ONU) defende que os países rompam com a hegemonia do Produto
Interno Bruto (PIB) enquanto indicador de progresso, por ser insuficiente para
avaliar a qualidade do crescimento de uma nação. No lugar, a entidade defende
algo similar ao FIB, Felicidade Interna Bruta, criado pelo Butão. Em sua essência,
o FIB avalia o progresso a partir da tríade economia, bem-estar social e
preservação ambiental.
No mesmo ano a ONU instituiu 20 de março como o
Dia Internacional da Felicidade. Junto com a data passou a publicar o Relatório
Mundial da Felicidade, que apresenta os países participantes em um ranking. No
rol dos aspectos avaliados estão a relação PIB/per capita, a expectativa de
vida no nascimento, a existência de uma rede social de apoio diante de
adversidades, a confiança no governo e nas organizações, a liberdade para fazer
escolhas, a generosidade e, obviamente, a avaliação subjetiva da própria
felicidade. As fontes são o Banco Mundial, a OMS e a Gallup World Poll.
Durante a última década, os pesquisadores
envolvidos com a produção do Relatório têm colaborado para o melhor
entendimento dos antecedentes do bem-estar humano. Têm, ainda, aprofundado a
compreensão sobre a satisfação com a vida nas populações dos cerca de 150
países participantes. E mais: têm oferecido substrato de qualidade para a
elaboração de políticas públicas que favoreçam a felicidade do cidadão.
Contextos como os recém completados dois anos
de pandemia do Covid-19 e a guerra promovida pela Rússia na Ucrânia suscitam a
inevitável pergunta: é mesmo hora de falar de felicidade? Onde há sofrimento é
urgente falar de felicidade. Isso porque a promoção do bem-estar começa com a
identificação e a mitigação das vulnerabilidades e a humanidade enfrenta uma
miríade delas ? nos direitos humanos, na saúde, na economia e na democracia.
É hora de falar de felicidade porque a cada ano
o mundo experimenta mais emoções negativas. Porque nos Estados Unidos, muito
embora o PIB per capita suba, as pessoas estão mais infelizes. Porque na
América Latina registram-se não apenas abismos socioeconômicos, mas abismos de
bem-estar, com pessoas muito felizes e outras muito infelizes vivendo lado a
lado. Porque há a triste constatação de que a humanidade está diante de
epidemias de depressão, transtorno de ansiedade e suicídio.
É hora de falar de felicidade porque, diferente
de outras espécies, o ser humano se perde de sua natureza, se desumaniza e ao
fazê-lo torna-se um vetor de infelicidade para si mesmo e para os outros.
Porque muito embora a ciência aponte soluções no coletivismo, recompensa-se
socialmente o individualismo.
É hora de falar de felicidade porque mais uma
vez o Brasil perde posições no ranking global publicado hoje, alcançando o 38º
lugar entre 146 nações de acordo com o Relatório Mundial da Felicidade 2022. É o 7º ano consecutivo de queda no desempenho de
um país que já esteve em 16º lugar - a atual posição dos Estados Unidos.
*Carla Furtado membro da SDG Academy -
Community of Practice (ONU), pesquisadora científica, docente de psicologia e fundadora
do Instituto Feliciência.