Estado de Minas destaca participação da professora Carla Furtado em evento realizado no último fim de semana em BH, a convite da FIEMG, do SEBRAE e do IEL.
Você já se
perguntou qual é o papel da empresa na felicidade dos colaboradores? O que
antes parecia utopia, tem se tornado cada vez mais objeto de desejo. Mas,
afinal, como as empresas podem criar felicidade no ambiente de trabalho?
Para Carla
Furtado, professora convidada do MBA em Liderança, Inovação e Gestão 3.0 das
PUCRS e especialista em felicidade nas organizações, a ciência explica que
desenvolver uma cultura positiva, com foco no bem-estar dos colaboradores,
acionistas, clientes, fornecedores e até com a comunidade local traz grandes
benefícios para todos.
O conceito
de felicidade é subjetivo, o que dificulta ainda mais a adoção de práticas que
levem à satisfação no trabalho. Furtado afirma que o principal desafio que as
empresas encontram é o engajamento dos colaboradores. Para ela, quanto mais
feliz, maior é o comprometimento com a empresa.
- Para
chegar às condições de felicidade adequadas, é necessário equilibrar em uma
equação as seguintes variáveis: bem-estar psicológico, saúde, uso do tempo,
vitalidade comunitária, educação, cultura, sustentabilidade, governança e
padrão de vida.
O resultado
da equação é promissor, segundo a especialista. Pesquisas apontam números
animadores, como cerca de 30% no aumento da produtividade, 45% na permanência
no emprego, redução de 65% das ausências por doença e queda de 55%
no turnover.
Para chegar
a esses resultados, Furtado explica que o primeiro passo para a empresa é fazer
um diagnóstico para identificar o "índice" de felicidade dos
colaboradores e demais públicos.
- A partir
desse resultado, traçamos duas frentes: uma de Educação para a Felicidade,
iniciando com diretores, gestores e, só após isso, com os colaboradores. A
outra frente visa melhorar as dimensões mais frágeis, estabelecemos
indicadores, que vão sinalizar a melhoria do bem-estar da população em questão
e também o impacto sistêmico da promoção da felicidade. Podemos observar
melhorias em indicadores de RH (turnover, absenteísmo, engajamento etc.), no
clima organizacional, na satisfação do cliente, no Net Promoter Score (NPS) e
até na rentabilidade.
A adoção
dessas práticas já é conhecida por empresas como Elektro, Serasa, Hospital
Anchieta e Grupo Gaia, embora ainda esteja engatinhando no Brasil. No exterior,
despontam cases como a Zappos, que registrou grande crescimento ao valorizar,
entre outros aspectos, a felicidade de sua força de trabalho.
- Os
Emirados Árabes estão caminhando a passos largos nesse sentido. Felicidade
tornou-se prioridade em termos de políticas públicas e as empresas têm sido
estimuladas a abraçar o tema. Na Ásia, há vários gigantes seguindo nessa
trilha: B.Grimm, na Tailândia, e BITIS, no Vietnã.