Estado de Minas destaca participação da professora Carla Furtado em evento realizado no último fim de semana em BH, a convite da FIEMG, do SEBRAE e do IEL.
Pesquisadores, vez ou outra, se debruçam sobre o acaso, em especial, o acaso feliz ou aquilo que em inglês se chama Serendipity. Em português, o mais próximo seria Sorte. Ocorre que, visto de perto e sob lentes de aumento, o acaso feliz tem pré-requisitos.
Em primeiro lugar, é preciso estar aberto às possibilidades - sem isso, elas passarão despercebidas. Meu pai citava sua avó que, por sua vez, citava um dito popular: "A oportunidade é um cavalo que passa sem cela, uma vez só". Algumas pessoas conseguem ver o cavalo se aproximando, outras apenas quando já passou. E há, ainda, aqueles que perguntam: "Que cavalo?".
É fácil perceber uma segunda característica nos ditos sortudos: atitude. Mas, não uma atitude qualquer. Ela é precedida por pensamento ágil e flexibilidade. O acaso é um lapso, não há tempo para análises aprofundadas de prós e contras. Quem não está pronto para mudar de planos também não está pronto para encontrar-se com a sorte. A rigidez a dilui.
Quer ser visitado pela serendipidade? Cuide bem de suas relações - esse é o terceiro ponto. Mentes brilhantes - como Anthony Tjan, co-autor do bestseller "Heart, Smarts, Guts, and Luck", e o pesquisador Stephann Makri - são taxativas: o encontro com outras pessoas ainda é o melhor caminho para acasos felizes.
É claro que a sorte carrega em si algo que está fora de controle. Mas, abraçá-la é sabedoria. "Pessoas sem sorte são usualmente tensas. A ansiedade impede a habilidade para perceber o inesperado. Como resultado, desperdiçam oportunidades", pontua Dr. Makri. E continua: "Para ter sorte, esteja preparado para desviar suas rotas, romper a rotina, não temer pequenos fracassos. A sorte sorri a quem experimenta novos caminhos. E atenção à tecnologia, nossas vidas estão ficando mais eficientes, mas nosso mundo está se estreitando."
Perspectivas estreitas são inimigas da sorte.